segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Erros, Erros e mais Erros...

Sérgio Corrêa: 'Juízes vão para a escolinha'
Maior autoridade do apito no país pede mais verba à CBF e promete renovar a arbitragem
Fabrício Costa Do GLOBOESPORTE.COM, no Rio de Janeiro.

Há menos de 20 dias à frente da Comissão Nacional de Arbitragem, Sérgio Corrêa tem plena consciência do que é coordenar todos os árbitros de futebol do país, seja das Séries A, B ou C. E promete não só transformar o panorama desalentador de cerca de 400 profissionais, divididos em 27 federações, como dar oportunidade a novos juízes. Corrêa reconhece que a CBF precisa destinar mais verbas à arbitragem (assista ao vídeo ao lado de erros de arbitragem na 21ª rodada do Campeonato Brasileiro) GLOBOESPORTE.COM: O que fazer com os árbitros que cometem erros grosseiros, por estarem mal posicionados, ou não aplicam a regra de forma adequada? SÉRGIO CORRÊA: Todos os árbitros que tiverem atuações desastrosas voltarão para a escolinha. Eles terão aulas com orientadores regionais e deverão passar por testes físicos e teóricos. Em seguida, trabalharão em divisões inferiores por ficarem automaticamente afastados, pelo menos, da rodada subseqüente. As federações, sem exceção, foram avisadas de que precisam dar respaldo aos juízes, criando um corpo de instrutores. Qual o melhor caminho para diminuir a margem de erro na arbitragem brasileira? Em primeiro lugar, é preciso haver renovação. Pretendo promover, paulatinamente, 20 árbitros novos até o fim do Campeonato Brasileiro. A cada rodada, um ou dois juízes desconhecidos do grande público serão escalados para adquirir experiência. Aliás, solicitei currículos de novos profissionais em todas as federações. E pretendo analisá-los o mais rápido possível. Em segundo lugar, os árbitros veteranos precisam passar por cursos de reciclagem. O erro não vai acabar, mas ele pode ser minimizado.
O que dizer para os dirigentes que reclamam da escalação dos árbitros? Sei que o momento é de turbulência. Mas a paixão dos dirigentes acaba atrapalhando o trabalho de renovação que quero promover. Os cartolas, torcedores e até a imprensa não têm paciência com os juízes novos. Eles precisam de um tempo de maturação. Depois, sim, pode-se cobrar do profissional. Os dirigentes precisam entender que o ideal é mesclar a experiência com a juventude.
No fim de agosto terminam as avaliações por estado, para profissionais com pouca estrada. Depois, em meados de setembro, acontece o teste da CBF. Este para árbitros internacionais, que são filiados à Fifa.
Você é a favor do sorteio? Não. Sou contra, mas tenho que cumprir porque é lei federal. Aliás, o deputado federal Gilmar Machado (PT/MG) ficou de mudar o Estatuto do Desporto. Espero que o faça o quanto antes. A verba que a CBF destina à Comissão Nacional de Arbitragem é suficiente? Não. Atualmente, nós recebemos R$ 500 mil, só que o ideal é o triplo disso: R$ 1,5 milhão. Já conversei com o presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira, que prometeu se empenhar no intuito de nos repassar uma verba maior. Além disso, está para sair um comunicado que permite aos árbitros usarem patrocínios nas camisas. Assim, eles poderão passar por cursos de instrução e de reciclagem. Os juízes e os bandeirinhas precisam investir em si próprios. Não podem ficar só esperando ajuda das federações. Como vão as avaliações dos árbitros? No fim de agosto, terminam as avaliações por estado, para profissionais com pouca estrada. Depois, em meados de setembro, acontece o teste da CBF. Este para árbitros internacionais, que são filiados à Fifa. Os juízes e bandeirinhas mais experientes irão passar por exames eletrônicos, não posso adiantar se no Rio de Janeiro ou em São Paulo. O que eu quero é trabalhar com aparelhos de ótima medição para não haver chiadeira deles depois. Como defendo uma administração transparente, o exame nacional dos árbitros vai ser aberto à imprensa.

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